quinta-feira, 29 de março de 2007


Julivert Meu - 2º Parte

Pois é pessoal, continuamos com nossos extrovertidos funcionários do Julivert Meu.
No post anterior falei do Jordi (nome fictício), o cubano com sua vida quase teatral e uma história familiar pouco comum. No post de hoje gostaria de falar de três figuras que estão no Julivert a muito tempo, se duvidar fundaram o restaurante a 37 anos atrás junto com o Sr. Malta, proprietário.

O primeiro deles é um senhor com cara de poucos amigos. Trabalha no balcão tirando cafés, preparando algumas bebidas e responsável pelo caixa. Vamos chamá-lo aqui por Sr. Antônio, lembrando que dou nomes fictícios para não comprometer ninguém. Bom, a primeira impressão que tive do Sr. Antônio é que ele iria me dar dores de cabeça por parecer um homem sem paciência e cheio de razão, mas provou o contrário. É super tranquilo (tranquilidade espanhola não chega aos pés da nossa tranquilidade brasileira) e atencioso respeitando todos ao seu redor. O que acho mais engraçado nele é o jeito que olha e conversa com todos. Ele usa óculos, tem uma voz rouca e grave. Quando fala com alguém abaixa a cabeça meio de lado e olha por cima dos óculos. Esse gesto com um ar de mafioso é marcante nele. Está sempre dizendo a todos que meu nome é E-D-S-O-N e não NELSON.

O segundo vamos chamá-lo de João. Quando o vi pensei logo que era irmão do Sr. Antônio. Também já nos seus 50 e tantos anos trabalha como garçom no Julivert Meu praticamente desde que inaugurou. Quando está de muito bom humor me chama de Pelé (Edson Arantes do Nascimento Pelé). É solteiro, sozinho e tarado. Está sempre fazendo comentários das clientes mais bonitas que vão ao restaurante.

O terceiro é muito engraçado. Aqui o chamaremos de Manoel. Manoel fica ao lado do balcão e é responsável pelo corte dos embutidos, dos jamóns, queijos, salames, e afins. Passa o tempo inteiro fatiando esses produtos e fazendo-se de gay. Sempre me pergunta que número eu calço, e dá uma risadinha com um salame ou algo parecido na mão..rs. Tem uma característica própria, a de verificar as garrafas de vinho que retornam das mesas dos clientes. Se sobrou alguns ml´s já busca logo uma taça e se saboreia com um pouco de queijo que tem sempre a mão. Diz que não é vinho grátis pois o cliente já pagou.

Foram três semanas de trabalho e apesar do cansaço e da trabalheira estou me divertindo muito com essas figuras.

Logo venho com a terceira parte. Aguardem.

!!!Hasta Luego¡¡¡

quarta-feira, 21 de março de 2007


Julivert Meu - 1º Parte

Comecei a trabalhar no restaurante que fica mesmo abaixo do apartamento que moro aqui em Barcelona. O restaurante é super típico com pratos da Catalunha, comidas da cozinha mediterrânea que posso garantir, sao saudáveis e de dar água na boca. Jamóns e vários tipos de chouriços, linguiças, salames e queijos também fazem parte da decoraçao e dos pratos. A decoraçao é naquele estilo rústico tipo as velhas tavernas. Cheio de peças antigas e quadros mais variados dando um tóque de "volta ao tempo".

Em principio vou trabalhar só nos finais de semana: sextas, sábados e domingos. Mas quero ver se com o tempo e a experiência adquirida pego mais dias, porque nesse momento $$$ é o que interessa =D.

Os companheiros de trabalho sao uma história à parte.(risos)

É incrivel como sempre encontro pessoas "diferentes" que acabam virando engraçadas e curiosas histórias nessa minha vida.
Justamente por isso, por ter muito o que escrever sobre cada um deles, resolvi dedicar 3 posts sobre o Juliverts Meu onde em cada um conto um pouco do pessoal e minha relaçao com cada um deles.

La Cubana.

Bom, começamos por Jordi*. Um cubano a quase 6 anos de Europa com uma história interessante. Saiu de Cuba direto para Itália em um intercâmbio Universitário pagos pelo governo Cubano (dále Fidelzito). Mas Jordi nao se adaptou aos italianos e suas "pastas" variadas e decidiu abandonar a Universidade e partir para Barcelona. O problema é que, no acordo entre o aluno (Jordi) e o governo Cubano (Fidel), o aluno nao poderia abandonar os estudos como o fez e a pena por isso foi a negaçao da entrada em Cuba por 6 anos, que se cumprem agora em outubro. Jordi disse que sofreu muito com isso mas que a Catalunha o recebeu com muito amor e hoje já nao larga essa terra. Sua mae, por ter trabalhado no exército cubano nao pode sair de Cuba por alguns anos que ele nao soube especificar, mas sao muitos. Seu irmao que esta em Nova Iorque, nao pode ligar para sua mae pois a mesma nao recebe ligaçoes que vem do Tio San. Tem uma outra irma na Itália e outro no Canadá. Aff...tanta coisa que nem eu consigo entender direito.

Jordi é gay assumido e namora um gaúcho a um ano. Sim, um brasileiro que eu já conheci. Jordi é daqueles tipos raros e engraçados. Faz o típico gay que algumas mulheres tem como melhor amigo, ou amiga. Se intitula sempre pelo feminino e diz que em Barcelona, se vc perguntar por Jordi, la Cubana, todos saberao de quem se trata.

Todos gostam dele e é impossivel nao rir quando ele esta por perto. Sempre falando MUIIIITA besteira e fazendo graça com o pessoal da cozinha (todos paquistaneses). Os cozinheiros dizem que ele é metade mulher e ele diz que nao, que é uma mulher inteira. Foram só dois finais de semana e já pude ver o quanto vou me divertir por ali.

*Jordi = Nome fictício para ninguém sair prejudicado.

Bom, esse foi um dos quantos personagens do Juliverts.
Aguardem que logo novas histórias virao.

!!!Hasta Luego¡¡¡

quarta-feira, 14 de março de 2007

Take it easy

Queridos e pacientes amigos leitores De Puta Madre. Tenho tanta coisa para escrever e para contar que nem sei por onde começar. Já passei meus primeiros dias de trabalho, vou começar a aprender andar de patins (roller), fomos a uma calçotada (comido tipica da Catalunha), e enfim, fizemos muitas coisas, só estou em falta mesmo é aqui, com as histórias.

Nao vou culpar o tempo ou a falta do mesmo, assumo a responsa e me comprometo a escrever logo que possível.

Nao se zanguem ou desistam de entrar sempre por aqui.

Saudaçoes a todos.
=D

¡¡¡Hasta Luego!!!

segunda-feira, 5 de março de 2007


Opa...

Boas notícias minha gente. Depois de tanta busca, tantos "lo siento", tantos passos e andanças e tantas entrevistas fui chamado para trabalhar. Vocês nao imaginam o mundo que sai das costas e o alívio que isso tudo gera. Claro que as coisas já estavam bem melhores do que os primeiros meses que passamos por aqui, mas isso nao diminui a satisfaçao que senti ao saber da minha aprovaçao.

O mais engraçado é que andei por quase Barcelona inteira, passando por bares e restaurantes de tudo quanto é tipo e me chamaram aqui, bem aqui no Juliverts, o restaurante que fica mesmo embaixo do predio onde moro. Dá pra acreditar??

Ser garçom, ou camarero como chamam por aqui, nao é facil, mas confesso, é divertido. Estou ansioso para começar logo (próxima quinta-feira). Aprender novos pratos, conhecer novas histórias, viver situaçoes engraçadas, interessantes, às vezes constrangedoras, mas sempre vivendo o aprendizado. O cansado físico que fortalece a mente. Que fantástica que é essa profissao. Só vivenciando mesmo para saber.

Mas nao para por aqui. Na mesma semana o coordenador do mestrado que estou fazendo me chamou para fazer um estágio aqui na Universidade. Ainda nao é nada definitivo, mas se der certo aviso-os. Se tudo correr bem vou ter tempo pra trabalhar bastante, ganhar uma graninha boa e ainda estudar e escrever uma boa tese. Eeee coisa boa.

E nisso nossa vida vai seguindo do jeito que tem de ser.

¡¡¡Hasta Luego!!!